Da Residência para o Mercado de Trabalho

Com um pé dentro da residência em diagnóstico por imagem, e outro fora, no mercado de trabalho, a veterinária Dra Roberta Ferraz nos oferece a perspectiva de quem está na travessia entre esses dois tempos: “Sou otimista”. Prestes a concluir a residência na Universidade Estadual Paulista (UNESP) Botocatu, Dra Roberta irá integrar a equipe de imaginologistas do CRV Imagem a partir de março.

 

Dra Roberta, aos poucos e com grandes desafios, os programas de residência em medicina veterinária começam a se consolidar no Brasil. Você está terminando a residência em diagnóstico por imagem na UNESP Botucatu, que é uma das poucas escolas de Medicina Veterinária, no país, que sustenta há décadas um programa de residência de excelência. Como você vê a residência médica veterinária hoje no Brasil?

Ainda estamos avançando. Temos excelentes faculdades e professores competentes que vem aprimorando cada vez mais os programas de residência. Infelizmente, os recursos são limitados. E a cada ano a demanda é maior do que a quantidade de vagas ofertadas.

 

Dra Roberta Ferraz: da residência para o CRV Imagem. 

 

Em países como os EUA e Reino Unido, além do programa de residência, os médicos veterinários precisam passar por uma prova dos respectivos colégios para se intitularem especialistas e terem um reconhecimento absolutamente diferenciado do mercado. Na sua opinião, o que falta para chegarmos lá e atingirmos esse nível de valorização?

Antes de atingirmos esse patamar, acredito que a medicina veterinária em si deva ser devidamente reconhecida e valorizada. E isso deve começar dentro da nossa própria classe (de médicos veterinários). Talvez falte união e interesse da nossa parte, de nos organizarmos e, junto com o colégio, tentarmos implementar a prova. Mas mesmo que seja posto em prática, assim como a obrigatoriedade da residência, ainda faltará o reconhecimento pela população. Além disso, deverá haver uma legislação rigorosa para que apenas os profissionais aprovados possam exercer a especialidade.

 

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Você acredita que o mercado tem valorizado os profissionais que concluíram um programa de residência?

Com certeza. Cada vez mais as clínicas e centros de especialização têm como pré-requisito para a contratação a conclusão de um programa de residência. Eu mesma, antes de concluir a minha, recebi algumas propostas de emprego.

 

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Teremos uma geração de residentes otimistas ou pessimistas entrando no mercado de trabalho em 2018? Quais são os maiores desafios para essa turma que chega agora?

Otimistas! Eu sou suspeita porque sempre fui otimista, mas acredito que tivemos uma boa preparação ao longo da faculdade e, mais ainda, na residência. Para mim, o maior desafio será o reconhecimento do nosso trabalho.  

 

Obrigado, Dra Roberta.

 


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