FIV e FeLV: Dra Sheila Medeiros tira as suas dúvidas
26 de junho de 2019 |FIV e FeLV já foram intensamente debatidos pela virologista Dra Sheila Medeiros. Modos de transmissão dos vírus, testes, os perigos do resultado falso negativo, e os protocolos para o diagnóstico positivo já estiveram em pauta, bem como a possibilidade de vacinação para prevenção e cura das doenças.
Tanto assunto rendeu muitas perguntas. Dra Sheila volta ao Blog do CRV para responder a algumas das questões enviadas por vocês. Vamos lá:
O plasma ictérico ou lipêmico pode interferir no resultado dos testes rápidos para FIV e FeLV?
Não. O único problema que pode acontecer é a demora na corrida da amostra pelo dispositivo, no caso de um plasma muito lipêmico.
Qual é a idade mínima para fazer o teste de FIV e FeLV?
No caso do FeLV, o felino pode ser testado em qualquer idade. Os testes que existem no mercado detectam antígeno, que é um fragmento da partícula viral, e não os anticorpos, que demoram mais tempo para serem detectados, podendo gerar um resultado falso negativo dependendo do momento que o felino é testado.
Temos como saber previamente se o gato infectado pelo FeLV vai desenvolver anemia ou tumor? Quem sabe por PCR (teste molecular e laboratorial)?
Não tem como saber. Quando usamos a PCR para dizer a quantidade de vírus que o gato apresenta, isto serve como um fator prognóstico, mas não temos como saber qual tipo de patologia o gato vai apresentar.
A janela imunológica é de apenas de 21 dias em isolamento?
A janela imunológica, que é o tempo decorrido desde o contágio até a detecção da infecção pelo exame de sangue, é de 30 dias quando usamos o teste rápido, e de 10 a 15 dias com a PCR.
FeLV: a transmissão do vírus é mais passível pela saliva ou pela urina?
Principalmente pela saliva, pois a grande quantidade de partículas virais na saliva facilita a transmissão. Gatos sociáveis interagem através da lambedura, tornando o contágio mais provável.
Por que atualmente temos um número muito menor de gatos infectados pelo FIV do que pelo FeLV?
Na verdade, não sabemos ao certo se o número de gatos com FIV é menor. O Brasil é um país muito grande e diverso, e isto pode parecer verdadeiro na cidade onde o clínico está atuando. Em Fortaleza, por exemplo, o relato dos veterinários é de que encontram mais gatos infectados pelo FIV.
Alguns fatores influenciam na prevalência: os gatos com FIV demoram mais a apresentar sintomatologia clínica, portanto são diagnosticados mais tardiamente. Além disto, a transmissão do FeLV ocorre pela lambedura, o que facilita a disseminação, já o FIV é mais eficazmente transmitido pela mordedura, exigindo uma interação agressiva para a transmissão. Sendo assim, gatos que vivem em ambientes socialmente estáveis estão menos sujeitos a interação agressiva e menos propensos a se infectar pelo FIV.
A vacinação com a vacina quíntupla deve ser realizada em todos os filhotes?
Em países onde a infecção pelo FeLV está controlada, a vacina quíntupla é utilizada apenas para gatos que estão em risco de exposição. Estamos vivenciando uma situação de epidemia da doença no Brasil, então aqui a vacina quíntupla deve ser realizada em todos os filhotes. Porém o ideal é que eles sejam testados antes de receber a vacina e permaneçam em isolamento até completar o esquema vacinal.
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Tem mais dúvidas?
Fale direto com a Dra Sheila pelo email: sheila.omedeiros@gmail.com
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