RX e TC para Pneumopatias
1 de agosto de 2017 |Os desdobramentos das pneumopatias se assemelham muito aos problemas do coração, circulatórios, abdominais. Essa proximidade pode causar confusão, o que pede uma atenção redobrada de clínico e radiologista. Nesta entrevista, Dr Rômulo Braga, coordenador da equipe de radiologia do CRV Imagem, detalha o papel dos exames radiográfico e tomográfico, e explica por que os dois precisam ser apoiados por uma série de exames complementares para o diagnóstico definitivo.
Dr Rômulo, quais as dificuldades de se diagnosticar as pneumopatias?
Os problemas que envolvem o pulmão podem ser comumente confundidos com outros relacionados aos brônquios, vias aéreas superiores, pleurais, e com problemas do coração e circulatórios, abdominais ou até metabólicos (doenças que envolvem o corpo inteiro).
Quais os principais sintomas de pneumopatias?
Respiração de ritmo acelerado ou alterado, tosse, eliminação de secreção pelo nariz, febre, prostração, posição do corpo com pescoço esticado e cabeça elevada para respirar melhor. Em alguns casos, há apenas um desses sintomas; em outros, há uma combinação deles e, em tantos outros, não há sintoma algum.
De que forma o exame de RX contribui para o diagnóstico?
A radiografia é o exame complementar básico de triagem, e a tomografia computadorizada, o método avançado de padrão ouro para identificar lesões e alterações pulmonares.
Ainda assim, pode-se lançar mão do RX para check-up e avaliação pré-anestésica e cirúrgica, e investigações de câncer disperso para os pulmões (metástases).
Com a radiografia também se investiga suspeitas de pneumonia, tumores primários (que começaram nos pulmões), aspiração de líquidos, alimento ou vômito, traumas, quadros infecciosos ou inflamatórios (como na tosse dos canis e doenças granulomatosas).
Raios-X e Tomografia bastam para diagnosticar as pneumopatias?
Nem sempre. Para identificação e tratamento da causa da doença, RX e Tomo podem necessitar ser complementados por outros exames, como citologia, lavado bronco alveolar, cultura e biópsia, por exemplo.
A dirofilariose é um exemplo de doença parasitária que ataca artérias pulmonares e coração e produz formação de nódulos pulmonares (granulomas parasitários) e até infarto pulmonar, com graves danos ao tecido dos pulmões.
Em geral, o que orienta o diagnóstico junto com os exame radiográfico e tomográfico é a correlação entre exame físico (inspeção, ausculta pulmonar, percussão), avaliação da história e sintomas, exames complementares citados e mais a hematologia.
A discussão do caso entre clínico e radiologista, preferencialmente antes do exame, pode fazer muita diferença para definir diagnóstico e etiologias.
Conclusões: Sinais radiográficos sugerem tromboembolismo e hipertensão pulmonar e extravasamento perivascular (edema pulmonar) moderado, além de alterações vasculares associadas a cardiomegalia direita e linfonodomegalia de traqueobrônquicos e/ou granulomas parasitários, compatíveis com a suspeita de dirofilariose. Diagnósticos diferenciais podem incluir tromboembolismo de outras origens e pneumonia difusa e multifocal, a ser confirmados na correlação com outros exames complementares. Espondilose deformante ventral a T11-T12.
O RX pode ser útil em algo mais?
Sim. A radiografia ainda serve para registro de acompanhamento da evolução do quadro ao longo e após o tratamento.
Dr Rômulo Braga, do CRV imagem.
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