Contenção e Posicionamento: seu exame começa aqui
11 de fevereiro de 2016 |Antes do equipamento de excelência e do olhar clínico do radiologista, a qualidade de um exame radiográfico ou sonográfico depende da correta contenção e certeiro posicionamento do animal. Neste guia você fica sabendo a que riscos estão expostos os pacientes (e o exame!) quando o posicionamento não é respeitado e a equipe técnica é despreparada. Confira!
A importância do correto posicionamento do paciente para os exames de Raios-X e Ultrassonografia
Podemos dizer que o correto posicionamento durante o exame radiográfico é o ponto-chave para um diagnóstico preciso e correto.
No caso da ultrassonografia, o posicionamento pode necessitar de variação, principalmente em função das condições do paciente e da espécie avaliada. A flexibilidade e adaptação do profissional operador a estas condições é um fator primordial para que o exame possa ser realizado, e para êxito diagnóstico.
Como funciona na prática
As estruturas avaliadas das aves, por exemplo, são de dimensão pequena. O posicionamento inadequado ou inabilidade do operador pode resultar em sobreposição de estruturas e falso positivo para algumas patologias.
A avaliação odontológica de roedores é outro caso para o qual o posicionamento radiográfico impecável é imprescindível para um bom diagnóstico e decisão clínica do protocolo terapêutico.
Sobre a contenção da Calopsita: Contenção adequada de cabeça, evitando bicadas, e das asas, evitando risco de fraturas; Peito da ave livre no momento da contenção evitando compressão dos sacos aéreos. Esta calopsita possuía aumento de volume da cavidade celomática e, por isso, estava com dificuldade respiratória, portanto neste caso respeitar o posicionamento vertical (flexibilidade do operador) e a correta contenção do corpo da ave para não comprimir mais os sacos aéreos foram fundamentais.
Fatores levados em consideração para o manejo do animal
Muitos fatores precisam ser levados em consideração antes de se realizar o exame em animais silvestres. São eles:
– Condições clínicas — principalmente respiratória — podem se tornar um fator limitante ou de risco para a realização do exame ultrassonográfico e radiográfico, principalmente em aves e roedores. Um profissional experiente minimiza o tempo de exame, reduzindo o estresse ao paciente e consequentemente os riscos envolvidos, e permite maior rapidez diagnóstica;
– Pacientes fraturados, sobretudo aves, podem ter seu quadro agravado se não houver manejo adequado durante o posicionamento radiográfico;
– Risco de fugas e acidentes durante a contenção e manipulação destes animais na sala de exame, principalmente aves, serpentes e primatas são uma realidade na nossa rotina. O risco é para o paciente, para o profissional e para o staff. A experiência e o treinamento do profissional reduzem significativamente estes riscos, tornando o exame mais seguro.
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Sobre a contenção da Iguana: “Estímulo vagal” — esta manobra no globo ocular é utilizada para possibilitar melhor posicionamento do paciente. Contenção adequada de membros dianteiros e posteriores juntamente com a cauda, evitando principalmente acidentes com as longas garras. Iguanas e outros lagartos maiores podem promover mordeduras graves, portanto é preciso atenção à cabeça na hora do manuseio. Alguns lagartos realizam a autotomia da cauda quando manipulados de forma inadequada.
Treinamento específico
Infelizmente, os radiologistas não são preparados durante a graduação para o manejo com estes pacientes. Um treinamento juntamente com clínicos experientes em silvestres é fundamental para entender as características e cuidados demandados por cada espécie, a forma de conter esses animais, e o modo pelo qual podemos realizar o exame causando menos estresse possível para o paciente e obtendo melhores resultados.
Toda a equipe capacitada
Um staff de enfermeiros capacitados é primordial para a redução de riscos na hora do exame, pois só com essa ajuda extra é que conseguimos contenção e posicionamento ideais. Quando não há um staff, as chances de termos que sedar o paciente são grandes.
Para ilustrar, Contenção do Coelho em dois momentos: inadequada e adequada:
Contenção Inadequada: Erro na hora de pegar o paciente da mesa. Os dedos do radiologista se fecham nos membros posteriores, promovendo apoio direto a estes. Esta atitude propicia o risco do coelho saltar do colo ao ser levantado da mesa e causar acidentes.
Contenção Adequada: A fim de evitar acidentes com lagomorfos, é importante ficarmos atentos ao promovermos apoio aos membros pélvicos, principalmente quando há necessidade de colocar o paciente de barriga para cima. Este apoio não deve ser conferido diretamente aos membros, pois uma vez que seguramos os coelhos pelos membros posteriores, eles tendem a “chutar” com força para se soltar, acarretando em risco de lesões em coluna ou luxação de quadril. Mesmo quando há necessidade de apoio direto ao membros, este nunca deve ser feito de maneira brusca ou persistente, caso o paciente entre em de tentativa de soltura.
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