Tomografia e Lesões Neurológicas: caso Estrela
28 de outubro de 2015 |A certeza sobre a localização precisa de uma lesão neurológica é o que possibilita ao clínico avaliar o caráter cirúrgico do caso e decidir o melhor para o paciente. Esta segurança só pode ser garantida por um exame tomográfico meticuloso.
A partir do caso da Estrela, uma boxer que chegou ao CRV com um quadro de tetraparesia não ambulatória, Dr Alex Adeodato e Dra Tais Guimarães, respectivamente neurologista e sócio, e radiologista especialista em tomografia no CRV Imagem, contam nesta entrevista como conseguiram combinar com sucesso dois fatores: o primeiro deles, a parceria entre clínico e radiologista; e o segundo, o exame tomográfico para o planejamento cirúrgico.
Dra Tais, qual era o quadro clínico da Estrela quando chegou ao CRV?
Estrela veio encaminhada pela Dra Roberta Figueiredo com um quadro de tetraparesia não ambulatória; ela não conseguia nem sustentar a cabeça.
Dra Tais, a paciente já chegou para o exame no CRV com alguma recomendação do clínico? Qual?
Sim, com certeza. Havia uma forte suspeita que pudesse tratar-se de um tumor na medula, na região cervical. Assim sendo, foi solicitado uma tomografia da coluna cervical com contraste endovenoso. O contraste endovenoso frequentemente demonstra lesões vascularizadas como tumores, exatamente como no caso relatado. Foi possível identificar que havia uma massa, sua localização, extensão, quais estruturas a lesão comprometida, além do grau de compressão medular que ela proporcionava. Combinando todas essas informações foi possível confirmar a presença de um tumor, e sugerir ao médico que sua ressecação seria viável cirurgicamente.
Dr Alex, você operou a Estrela. Neste caso, que papel a Tomografia desempenhou no seu planejamento cirúrgico?
O exame da Estrela mostrou uma grande lesão na medula cervical alta, bem próxima à cabeça. Essa é uma localização bem difícil, por ser muito próxima do tronco cerebral. No entanto, as imagens direcionavam para uma lesão benigna e externa à medula espinal, o que nos deu um pouco de esperança. A cirurgia foi realizada e o tumor removido.Tratava-se realmente de um tumor benigno. Com algumas semanas de muito fisioterapia e apoio incondicional dos tutores, Estrela voltou a andar normalmente.
Dr Alex, como está a Estrela hoje?
Estrela e seus tutores estão felizes com o resultado. Mérito muito deles por terem apostado que ela ainda poderia ter um tempo feliz de vida.
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