“Laudos: até onde devem ir?” por Dr Mauro Caldas
24 de outubro de 2016 |“Tem de responder à pergunta do médico solicitante”. É assim, definindo o propósito de um laudo, que Dr Mauro Caldas, Coordenador do setor de Tomografia do CRV Imagem, inicia sua reflexão sobre o papel do imaginologista na sugestão do diagnóstico. Ainda que objetivo, para Dr Mauro o laudo não deve ser meramente descritivo. “O radiologista deve se comprometer até o seu limite de conhecimento. O todo é mais forte que as partes isoladas”.
Dr Mauro, como é o hoje o modelo de laudo do CRV Imagem?
Todo exame deve ser pedido como uma pergunta a ser respondida. Na busca por esta resposta, os laudos do CRV Imagem são objetivos e descrevem, principalmente, o que é importante para sanar a dúvida do médico solicitante.
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O que diferencia o laudo do CRV Imagem do modelo de laudo aplicado em outros centros de imagem?
O que fazemos não é uma invenção nossa. Os laudos do CRV seguem uma abordagem adotada em escala mundial, tanto na Medicina humana quanto na veterinária. Ainda assim, hoje vemos muitos exames sendo laudados de forma descompromissada, unicamente descritiva e sem que se relacionem os achados à situação clínica do paciente.
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Até onde, na sua opinião, o imaginologista deve se comprometer com a sugestão de diagnóstico? E por quê?
O radiologista deve se comprometer até o seu limite de conhecimento. Se ele acha que pode ajudar, tente. Ele deve ser parte da equipe que assiste um paciente. O todo é mais forte que profissionais isolados. Quando não compartilha sua opinião e experiência com o clínico, o radiologista torna-se inútil, um simples descritor de imagens, algo que em breve qualquer programa de computador poderá fazer.
O medo de errar não pode nos tirar o prazer de acertar. O profissional pode se comprometer mais e entender até onde seu exame pôde chegar e, com o grau de certeza que lhe cabe, sugerir ao clínico o próximo passo para ajudar ainda mais o paciente.
Assim como temos dúvidas e incertezas, o mais experiente clínico também as tem, e devemos aprender um com o outro, somando erros e acertos. Nós, imaginologistas, devemos lembrar que somos olhos e cérebro também.
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