Ultra: Hiper e Hipotireoidismo
11 de agosto de 2015 |Da avaliação morfológica, passando pelo estudo com doppler até a citologia guiada (em caso de processo neoplásico), a ultrassonografia é das principais ferramentas do clínico para diagnosticar hiper e hipotireoidismo. Abaixo, a gente responde às principais questões acerca do assunto:
Quais são e como se manifestam os problemas de tireoide em cães e gatos?
A tireoide é uma glândula presente em cães e gatos que, assim como nos seres humanos, produz hormônios que atuam no metabolismo. Em linhas gerais, a glândula pode produzir uma quantidade errada desse hormônio: quando em excesso, hipertireoidismo; em escassez, hipotireoidismo.
Os problemas se manifestam com diferentes sintomas: no caso do hipotireoidismo, ganho de peso, sem apresentar aumento do apetite, letargia, relutância ao exercício, seborréia, dermatites, otites, perda de massa muscular e bradicardia são os principais. Em cadelas inteiras, pode ocorrer aumento do intervalo entre os cios ou cio silencioso. Já no hipertireoidismo, perda de peso, hiperatividade e polifagia são os sintomas mais frequentes.
Existem raças em cães e gatos mais predispostas a desenvolver problemas de tireoide?
Qualquer raça, tanto de cão como de gato, pode ser acometida. O que sabemos é que o hipotireoidismo é mais comum nos cães, em especial o Golden Retriever, o Pinscher, Dachshund, Setter Irlandês, Schnauzer miniatura, Poodle, Boxer e Dogue Alemão. Enquanto o hipertireoidismo acomete mais gatos idosos.
De que forma a ultrassonografia pode contribuir para prevenir, fechar o diagnóstico e/ou acompanhar os casos envolvendo a tireoide?
A melhor prevenção é a consulta periódica ao endocrinologista. A ultrassonografia avalia a morfologia, tamanho, homogeneidade e o estudo com doppler, por isso, ela deve ser indicada a partir de alterações nas taxas hormonais ou identificação de massa na região.
A fisiologia hormonal é muito complexa e a tireoide é uma estrutura muito pequena. Mesmo em cães grandes, ela não ultrapassa 4 cm, portanto é sempre muito importante já ter verificado as dosagens hormonais antes de realizar a ultra, para que a contribuição do ultrassonografista possa ser mais eficaz.
Muitas vezes, temos um processo neoplásico da tireoide; nesses casos, a citologia guiada por ultrassom é uma ferramenta importante no diagnóstico e identificação da origem exata da lesão. Vale ressaltar que a ultrassonografia abdominal também é relevante no acompanhamento dos pacientes com disfunções da tireoide, uma vez que o hormônio altera o metabolismo e o acúmulo de gordura em órgãos abdominais, ao passo que também podemos encontrar hepatopatias causadas pelas medicações. É importante estar atento ao paciente como um todo!
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