Subluxação Atlanto-Axial e os Exames de Imagem
19 de dezembro de 2016 |Dr Mauro Caldas, coordenador do setor de Tomografia do CRV e membro do Colégio Brasileiro de Radiologia Veterinária, esclarece o papel dos exames de imagem no diagnóstico, tratamento e pré-cirúrgico dos casos de subluxação atlanto-axial e explica por que, em alguns casos, a tomografia deve complementar o exame de raios-x. Confira!
Dr Mauro, o que é subluxação atlanto-axial?
A instabilidade atlanto-axial leva a uma movimentação excessiva da articulação, acarretando em compressão da medula espinhal responsável pela manifestação clínica. Essa patologia acomete mais comumente cães jovens, de raças pequenas.
A subluxação atlanto-axial pode ser congênita ou adquirida e ocorre com as seguintes condições: agenesia ou hipoplasia do dente do axis (causa mais comum), ausência do ligamento transverso, não-união do dente ou até mesmo trauma.
Qual a função do exame de imagem nesses casos e por que é aconselhável combinar os raio-x com a tomografia?
O papel da imagem é diagnosticar a subluxação através da identificação da possível causa: agenesia, má formação, fratura do processo odontóide.
Nos casos de subluxação por lesão ligamentar, não é possível visualizar ligamentos nos raios-x; vemos apenas o afastamento das duas estruturas (atlas e axis) com um processo odontóide preservado. Algumas vezes os raios-x conseguem, sozinhos, caracterizar a subluxação, mas muitas outras somente com a ajuda da tomografia.
A tomografia permite quantificar melhor o grau de compressão medular e direcionar o cirurgião/clínico o tratamento adequado, além de auxiliá-lo também no planejamento cirúrgico. No pré-operatório, a tomo garante mais segurança ao profissional quando revela as diversas medidas da espessura óssea na qual haverá a fixação.
As imagens são exames de RX de um Chihuahua de 1 ano de idade com subluxação atlanto-axial.
Abaixo, imagens tomográficas de Anjinho, Maltês, de 1 ano de idade, com dor e tetraparesia após banho.
Embora o RX dê conta de fechar o diagnóstico, em alguns casos, quando a suspeita e o histórico de subluxação não são tão claros, o caso pede a tomografia, sobretudo para se descartar hérnia de disco, trauma ou até mesmo processo inflamatório.
Colaborou: Dra Tais Guimarães, do setor de Tomografia do CRV Imagem.
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