Minha Radiologista de Estimação: Dra Luciana Amado

Parece que foi ontem que Dra Luciana Amado se formou em Veterinária. Dez anos passam voando, sobretudo quando sete deles integrando a equipe de ultrassonografia do CRV Imagem desde que abrimos as portas. Nesta entrevista, Dra Luciana fala, dentre outras coisas, de sua rotina ultrassonográfica e da técnica que faz seus olhos brilharem: a citologia guiada por agulha fina.

 

Olá, Dra Luciana, há quanto tempo é veterinária e que cargo ocupa no CRV Imagem?
Este ano completei 10 anos de formada. Como passa rápido!

Estou no CRV desde que ele abriu as portas, há 7 anos. Eu sou coordenadora da equipe de ultrassonografia que, diga-se de passagem, é uma equipe e tanto, a melhor com quem já trabalhei. Além, claro, de atender como radiologista e ultrassonografista.

 

Amo veterinária porque…
É através dela que consigo aliar minha aptidão para área médica com minha paixão pelos animais e seus tutores.

 

Em sua rotina ultrassonográfica, quais os achados mais comuns?
Isso é bastante diversificado, depende muito da espécie, pois temos doenças específicas em gatos e outras que só acometem cães. Idade e gênero também são fatores a se considerar. Mas de uma maneira geral, doença do trato genito-urinário e as neoplasias têm sido bastante comuns na minha rotina. Quando o paciente é filhote, as gastroenterites e corpos estranhos predominam.

 

Você é uma entusiasta da Citologia por Agulha Fina. Quais as vantagens desta técnica e em que casos ela se aplica?
Nossa! Agora você tocou num assunto que faz meus olhos brilharem. Me sinto extremamente feliz quando estou fazendo uma citologia guiada, porque sei que esse procedimento vai ajudar muito o clínico na condução do caso e, consequentemente, o paciente também ganha com isso. Uma das principais vantagens é que, por ser um método minimamente invasivo, raramente o paciente precisa estar anestesiado. Além disso, o resultado é obtido mais rapidamente que a biópsia / histopatológico, quando a anestesia geral é necessária, já que precisamos retirar um fragmento.

A técnica se aplica a neoplasias de uma maneira geral, hepatopatias, doenças do sistema linfático, entre outras possibilidades. Tudo de que precisamos é um paciente cooperativo, um clínico que deseja fechar um diagnóstico, uma agulha com profundidade para alcançar a lesão e uma patologista de confiança. Eu gosto muito de trabalhar com a Dra. Roberta Graça, porque ela me dá abertura para discutir os casos.

 

Sem anestesia mesmo?
Na grande maioria das vezes, sim. Como a agulha penetra uma estrutura delicada, o paciente deve estar mais quieto possível, então, eventualmente, em casos de animais muito agitados ou agressivos, a anestesia é bem-vinda para segurança do paciente durante o procedimento.

 

Pode contar um caso em que a citologia foi importante?
Sim, um caso que me marcou muito foi o da Jujuba, uma Cocker que era da minha família, meus primos eram tutores. Ela foi diagnosticada com um turmor nasal e a cirurgia já estava marcada, quando resolvi fazer a citologia, que me confirmou um sarcoma (tumor ósseo). Para minha surpresa e da Dra. Simone Cunha, oncologista que conduziu o caso!

Saber disso foi importante pois mudou completamente o planejamento cirúrgico, inclusive a cirurgiã. A Dra. Kátia Barão, originalmente escalada para o caso, foi substituída pela Dra. Jaqueline Cavalcanti, pois a cirurgia deixou de ser das partes moles para ser óssea. Saber do resultado com antecedência também nos permitiu começar o tratamento antes mesmo do resultado do histopatológico, que confirmou o osteossarcoma. E tudo isso contribuiu para que nossas decisões fossem rápidas e mais direcionadas, o que deu a Jujuba uma longevidade maior que a esperada na literatura.

 

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O que os médicos pedem pouco a você e deveriam pedir mais?
Citologia por agulha fina com certeza é uma ferramenta da ultrassonografia que ainda tem muito o que crescer, muitos veterinários ainda têm o receio de ocorrer sangramentos ou romper algum órgão. Isso é extremamente raro de acontecer. Faço isso há 10 anos e nunca tive intercorrência.

 

Qual o caso / paciente mais te desafiou e por quê?
Todos os pacientes são desafiadores, porque por trás de cada um deles existe uma história clínica e uma importância familiar que faz daquele paciente único e, portanto, desafiador.

 

O que tem no CRV que as pessoas ainda não sabem?
O CRV Imagem tem uma equipe de médicos direcionados a ajudar o clínico de forma a contribuir com seu sucesso. É pra isso que a gente está aqui todos os dias, para entregar ao veterinário solicitante um laudo diferenciado, com comentários e contribuições importantes para o direcionamento do caso clínico.

 

Algum pet em casa? Quantos?
Sim, tenho uma só, a recém adotada Tangerina, uma SRD felina que tem alegrado meus dias e noites (risos).

 

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