Acertando o Diagnóstico de Pancreatite
3 de abril de 2017 |
O diagnóstico de pancreatite não é dos mais incomuns. A propósito, é possível afirmar que ele vem se tornando mais comum do que deveria. Talvez por conta dos sintomas, ao mesmo tempo comuns à pancreatite e a diversas outras afecções, que podem confundir o olhar do clínico e do imaginologista. Ou mesmo por conta limitação do exame ultrassonográfico, um aspecto técnico muitas vezes negligenciado.
Dra Carina Aveniente, veterinária do setor de Ultrassonografia do CRV Imagem, e Dra Tais Guimarães, do nosso time de Tomografia, explicam como as duas modalidades de exame podem ser combinadas para o melhor diagnóstico de pancreatite.
Dra Carina, quais são as causas de pancreatite em cães?
A maior parte dos casos é idiopática (sem causa definida), mas existem alguns fatores considerados predisponentes, incluindo fatores nutricionais (como altos níveis de gordura ou de cálcio no sangue), presença de endocrinopatia, doenças infecciosas (como a toxoplasmose), trauma na região pancreática, ingestão de grande quantidade de gordura e ainda algumas drogas e toxinas.
Quais são os sinais clínicos da pancreatite?
Os sinais clínicos são comuns a diversas outras afecções, como doenças gastrointestinais e hepáticas, e variam de acordo com a gravidade. Vômito, diarréia, dor abdominal intensa, desidratação, apatia e anorexia são os principais, podendo evoluir para um quadro final de insuficiência potencial de vários órgãos em quadros mais graves.
Até onde a ultrassonografia pode ajudar o clínico? Existem limitações desse tipo de exame para os casos de pancreatite?
Com certeza a ultrassonografia abdominal é um dos exames essenciais (juntamente com exames laboratoriais) em casos de suspeita de pancreatite, pois, além da avaliação da região pancreática, é feita a varredura completa do abdome, proporcionando uma avaliação geral dos órgãos abdominais.
Porém, o exame ultrassonográfico possui certa limitação na visualização do pâncreas inteiro devido à localização deste órgão, já que ele fica entre o cólon, duodeno e o estômago, que geralmente estão cheios de conteúdo que produzem artefatos que dificultam a visualização.
Dra Tais, quando a US não permite diagnosticar com precisão a pancreatite, em que casos e de que forma a Tomografia pode ajudar?
A tomografia é particularmente importante para diagnosticar e direcionar o tratamento de pancreatites e neoplasias pancreáticas. Por ser um exame de maior sensibilidade, ela pode detectar precocemente alterações no tecido pancreático, além de possíveis complicações como abscessos, pseudocistos, fibroses e necroses. A tomo é também valiosa para avaliar e estadiar diferentes tipos de tumores (adenocarcinomas, insulinomas, cistadenomas) e possíveis metástases.
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