#MiouTestou: Dr Gabriel Dias fala dos Cuidados ao Adotar Gatos

Há dois anos, Dr Gabriel Dias, veterinário especialista em felinos, lançou a campanha #MiouTestou para disseminar informações sobre FIV e FeLV, duas doenças virais incuráveis que aplacam os gatos. “Ainda temos uma batalha pela frente, mas os tutores costumam ser colaborativos e abertos a orientações”. Nesta entrevista, Dr Gabriel faz um balanço desses dois anos de campanha e explica os cuidados que devemos ter ao levar novos gatos para dentro de casa.

 

Na sua rotina clínica, qual a proporção de pacientes adotados/resgatados x pacientes de raça? Você vê alguma tendência de crescimento em um desses dois grupos?

Uma parcela bem importante dos meus pacientes é representada por gatos adotados ou resgatados em situação de risco. As famílias encantam-se pela exuberância do comportamento, inesperada (para muitas pessoas) demonstração de afeto e adaptabilidade ao cotidiano das famílias que vivem em centros urbanos.

Essas famílias multiespécie (as que englobam humanos e animais) divulgam nas mídias sociais essas encantadoras experiências, incentivando a adoção e o resgate de outros inúmeros gatos. A preferência por gatos com raça sempre representou uma constante, porém menor parcela dos atendimentos.

 

Ao adotar, muita gente acaba levando um gatinho para casa sem uma orientação apropriada, e com isso, por vezes expõe os animais que já vivem na residência a doenças. Como os tutores podem reduzir esses riscos?

Os tutores devem isolar os gatos recém-chegados à casa. O Isolamento é fundamental para que o médico veterinário tenha a chance de conduzir avaliações e sugestões que possam minimizar as chances de uma linda atitude acabar sendo motivo para aumento da vulnerabilidade para os os gatos já residentes.

 

Com a evolução do conhecimento em medicina felina, em que momento estamos de prevenção, diagnóstico e tratamento das três mais importantes viroses dos felinos: FIV, FeLV e PIF?

Infelizmente, ainda temos uma batalha pela frente, mas felizmente os responsáveis pelos gatos comportam-se de forma colaborativa, são disponíveis para receberem orientações e ainda são absolutamente empenhados em melhorar a possibilidade de ajuda. A campanha #MiouTestou, lançada há dois anos na clínica CAT para Gatos (RJ), aumentou a divulgação de informações para que os tutores buscassem orientações.

A ciência e a procura pela especialização por parte dos veterinários são fundamentais, mas a educação para prevenção e o incentivo à realização de manobras que evitem a vulnerabilidade a doenças infecciosas são imperativos. Hoje, eu incentivo a divulgação de informações constantes para que os responsáveis pelos gatos sejam transformados em apoiadores e disseminadores de informações. Os médicos veterinários não podem enfrentar um desafio dessa natureza sem o apoio dos integrantes humanos das famílias multiespécie.

 

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