Tromboembolismo Arterial Canino

Já foi assunto por aqui como a associação entre os exames de imagem auxilia os veterinários a chegar ao diagnóstico de tromboembolismo aórtico felino. Mas e quando se trata de cães? O que muda?

Convidamos Dr Mauro Caldas, Coordenador do Setor de Tomografia Computadorizada, e a cardiologista Dra Luciana Duque, ambos do CRV Imagem, para esclarecer as diferenças entre o tromboembolismo arterial canino e felino, e a maneira mais eficaz de combinar os exames para prevenir, diagnosticar e acompanhar a doença.

 

Dr Mauro, em quê o tromboembolismo arterial canino se difere do felino?

São bem diferentes. Nos gatos, a apresentação usual é a aguda com principal predisposição à cardiopatia. Já os cães fazem mais comumente trombos crônicos de evolução mais lenta e de sinais clínicos muito variados, indo desde a claudicação e intolerância ao exercício até o quadro mais grave de paralisia e dor, podendo ter muitas vezes alterações bem sutis de temperatura e pulso. As causas são variadas, incluindo cardiopatias, endocrinopatias, sepse, neoplasias e lesões vasculares.

 

Dr Mauro e Dra Luciana, assim como nos felinos, a associação entre as três modalidades de exame — eco, ultra e tomo — continua a ser eficaz? Por quê?

Sim, essa abordagem multidisciplinar continua sendo de extrema importância, uma vez que o Eco permite investigar as cardiopatias — principal mecanismo de pré-disposição para formação do trombo.

A Tomografia é mais sensível e vai precisar melhor a extensão do trombo, uma vez que não tem a sobreposição de gases intestinais. O meteorismo intestinal dos cães é mais expressivo que nos gatos e dificulta o ultrassonografista a varrer toda a sua extensão. A Tomo é ainda mais sensível para identificar fatores de predisposição mais comuns como neoplasias ou focos sépticos ocultos.

Já a Ultrassonografia contribui no monitoramento a longo prazo na tentativa de dissolver esse trombo, contribuindo para o ajuste da dose ou até mesmo a troca da medicação.

 

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