Obesidade e Diabetes com Dra Alessandra Vargas

Apesar de ser um problema antigo em cães e gatos, a obesidade tem se feito tão presente na rotina da Dra Alessandra Vargas, que mais parece uma doença “da moda”. “O número de animais obesos, hoje, é assustador”, diz a veterinária referência em Endocrinologia no Brasil e à frente da Endocrinovet.

Nesta entrevista, além dos riscos e cuidados com o sobrepeso, Dra Alessandra fala também aos proprietários de cães e gatos sobre uma das mais nocivas decorrências da obesidade: a diabetes mellitus.

 

Qual a relevância da obesidade na qualidade de vida dos animais?

A obesidade é uma doença que reduz a qualidade e a expectativa de vida de cães e gatos. Estudos demonstraram que cães obesos vivem em média 2 anos a menos quando comparados com cães com peso ideal. Muitas doenças são mais frequentes em animais obesos, tais como: doenças cardíacas, tumores (câncer), doenças ortopédicas, piodermites (infecções de pele), cálculo em bexiga, infecção urinária e no caso dos felinos, diabetes mellitus. Além disso, animais obesos apresentam intolerância ao exercício e consequentemente não apresentam disposição para brincadeiras.

 

Este cenário é novo ou apenas estamos dando mais atenção a um velho problema?

A obesidade é uma doença antiga porém tem ganhado destaque devido ao aumento assustador do número de animais obesos, assim como tem ocorrido com os seres humanos. O sedentarismo e a administração frequente de petiscos altamente palatáveis contribuem para este crescimento.

 

Com relação à Diabetes Mellitus, existem raças mais predispostas?

Dentre os cães: schnauzer, poodle, labrador e yorkshire. Já no caso dos felinos, a maioria dos paciente diabéticos é sem raça definida.

 

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A que sinais os tutores devem ficar atentos para identificar precocemente a obesidade?

Existe um método de avaliação da condição corpórea baseado na inspeção e palpação de áreas específicas de depósito de gordura no corpo (escala de condição corporal). Esta escala varia de 1 a 9, sendo que o ideal são os escore 4 e 5. Numa visão panorâmica, a cintura tem que ser facilmente visualizada (silhueta do pet em formato de ampulheta). Caso o tutor não identifique a “cintura” do paciente, já é momento de agendar uma avaliação com o médico veterinário, de preferência um endocrinologista.

 


(Reprodução Internet)

 

E quanto a diabetes, quais os sintomas?

Os pacientes diabéticos irão apresentar alguns sintomas clássicos: ingestão excessiva de água, aumento no volume e/ou na frequência urinária (alguns pets urinam até enquanto dormem), aumento exagerado no apetite e perda de peso.  Caso os tutores não percebam tais sintomas, com a progressão da doença, o paciente poderá desenvolver cegueira (catarata diabética).

 

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