O Radiologista dos Novos Tempos

A proximidade de mais uma edição do Curso de Radiologia Digital: o Click da Radiologia sempre leva Dr Rômulo Braga a refletir sobre o papel do exame radiográfico na dinâmica entre clínico, radiologista e proprietário.

Nos tempos em que o exame radiográfico tem a companhia de modalidades mais acuradas, como a Tomografia, o Coordenador do setor de RX do CRV Imagem e uma das maiores referências brasileiras na área é confiante em creditar o potencial do RX ao radiologista por trás do exame: “Na sala de exame, é importante ser olhos e ouvidos do clínico para perceber os enigmas ocultos por trás de cada doença (…) mesmo que isso custe pesquisa, tempo e trabalho adicionais”. Palavras de quem ama o que faz. Confira!

 

Quais são hoje os maiores desafios dos radiologistas especializados?

Os radiologistas dos tempos atuais devem ter pensamento crítico para saber ler as melhores alternativas que a sala de exame pode oferecer a clínicos e cirurgiões. Não basta receber a informação, é preciso colocá-la em discussão.

 

Na prática, como isso funciona?

Há uma tendência em massificar a análise perdendo a conexão com o caso e suas necessidades específicas. Muitas vezes o laudo é realizado sem que o radiologista veja o paciente e saiba detalhes sobre a evolução, doenças associadas e sinais clínicos que podem influenciar nas conclusões.

É preciso individualizar a análise de cada exame para as particularidades de cada caso, considerar pequenos detalhes, receber e transmitir as informações que podem fazer a diferença, estar disposto a apoiar o clínico e lhe oferecer suporte mesmo que isso custe pesquisa, tempo e trabalho adicionais.

 

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Você costuma usar a expressão “raciocínio radiográfico”. Como você define esse novo pensar do radiologista?

A definição de raciocínio radiográfico passa primeiro pelo desenvolvimento do olhar crítico do radiologista. É também compreender que, sem uma ideia lógica das possibilidades clínicas e dos mecanismos de evolução das doenças, os achados radiográficos ficam perdidos. Pensar o RX é entender quais sinais clínicos são realmente importantes para a solução do caso e de que forma o exame pode contribuir — ainda mais — para o clínico.

 

Tem exemplos?

Sim! Falemos dos indícios de doenças coexistentes e sinais que podem indicar afecções em outras áreas ou adjacentes. Alterações ósseas dos membros, como por exemplo a osteopatia hipertrófica e a síndrome felina dígito-pulmonar, orientam a investigação para uma causa que não está no local que mais chama atenção. Nesses casos, devemos olhar para o tórax e talvez o abdome, já que ambas são síndromes paraneoplásicas.

Indícios indiretos ou tangenciados nas margens dos exames, como artrose, espondiloses, mineralização de órgãos, colapso de traqueia, efusão articular, derrame pleural, massas ou nódulos pulmonares podem exigir reorientação complementar do exame para aquelas áreas, avaliação por outros exames mais acurados (tomografia, ultrassonografia) e/ou coleta de material para diagnóstico.

 


Caso de um Felino Persa com Síndrome Dígito-Pulmonar.

 

RX da mão e do pé: Os dígitos, inchados e ulcerados, foram os primeiros a serem radiografados.
As lesões orientaram nossa pesquisa para o tórax.

 

RX do tórax: Encontrado tumor em pulmão esquerdo cranial.

 

No próximo dia 3 de abril, você inicia a terceira edição do Curso de Radiologia Digital, do CRV Imagem. Pra quem é o curso e o que os alunos podem esperar dele?

Um dos trunfos do curso é transmitir muito conteúdo em pouco tempo. Em 6 dias, com 8 horas de aula cada, nós viajamos do básico ao que há de mais avançado na radiologia, sempre com a análise de casos. O aluno deixa a posição passiva de ouvinte e passa a ser um profissional participativo, que interage com o assunto e pensa ativamente nas alternativas que a sala de exame pode oferecer.
O curso tem sido muito bem aceito por radiologistas que estão começando (que podem cursar só o módulo básico, se assim preferirem), por aqueles que já têm uma experiência porém buscam um novo olhar, por profissionais que já dominam uma modalidade de exame e querem acrescentar o RX ao seu currículo, e também por empreendedores.

 

Por que precisamos de radiologistas mais “participativos” e menos “ouvintes”? Que diferença isso faz para quem está lá na ponta: os pacientes e seus tutores?

Entender o momento do exame como uma oportunidade de confirmar informações, reforçar, descartar ou criar novas suspeitas, e orientar a investigação é um papel do radiologista de extremo valor para o clínico. Mais do que fazer um exame, é importante ser olhos e ouvidos do clínico para perceber os enigmas ocultos por trás de cada doença. Isso não só ajuda o veterinário a alcançar seus objetivos como economiza tempo e recursos do cliente, já que ele consegue encontrar a solução mais rápido, com menos esforço e estresse físico-emocional.

 

 

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