Felinos: exames para diferenciar DII de Linfoma Alimentar

A diferenciação absoluta, a que não deixa dúvidas, entre a doença inflamatória intestinal e o linfoma alimentar ainda não pode ser dada pelos exames de imagem. No entanto, a ultrassonografia, combinada a outras modalidades de exame, é ferramenta poderosa nas mãos de clínicos que tratam destes casos. Abaixo, separamos as principais perguntas e respostas acerca do assunto. Confira!

 

É possível, através da ultrassonografia, diferenciar em felinos doença inflamatória intestinal de linfoma alimentar?

A ultrassonografia pode contribuir com informações valiosas nos casos de suspeita de doença inflamatória intestinal (DII) e linfoma alimentar, no entanto o exame de imagem não nos permite diferenciar ou excluir com precisão um caso do outro.

Há linhas de pesquisa que apostam que casos de linfoma alimentar são uma progressão da DII ou que a DII é um fator de predisposição para o desenvolvimento do linfoma alimentar.

Há outra linha de pesquisa que acredita que o DII já seja o linfoma alimentar em sua forma menos agressiva (o linfoma linfocítico). Estas teorias só corroboram a complexidade na diferenciação das doenças.

 

Como a ultrassonografia pode ajudar?

A ultrassonografia fornece informações importantes sobre:

  • A arquitetura e a espessura das alças intestinais;
  • Os segmentos gastrointestinais acometidos;
  • Se há ou não comprometimento de linfonodos e o aspecto dos linfonodos acometidos;
  • Se há ou não presença de massa intestinal e processo obstrutivo secundário;
  • Se já existe ou não acometimento de outros órgãos abdominais, em especial fígado e pâncreas.

A ultra ainda é uma ferramenta fundamental na avaliação da resposta terapêutica adotada, seja no caso de linfoma alimentar ou de DII.

Porém é importante citar que a exclusão de patologias que mimetizam os sintomas de DII são de grande relevância, fazendo da parceria entre Clínica e Ultrassonografia uma poderosa ferramenta.

 

Qual seria então o melhor método para diferenciar DII de Linfoma Alimentar?

O diagnóstico final ouro para DII é o exame histopatológico realizado por biópsia intestinal. Há quem use a endoscopia como ferramenta de biópsia para este diagnóstico, porém vale lembrar que o recolhimento de amostras provenientes de segmentos intestinais diferentes é inviável pela endoscopia, assim como a retirada de fragmento intestinal com todas as camadas intestinais presentes.

Sendo assim, a biópsia por laparotomia é a melhor ferramenta para diagnóstico de DII e linfoma alimentar. Ela é também de extrema valia para a diferenciação entre as doenças. O tipo histológico do linfoma irá definir o tratamento adequado e prognóstico para o paciente.

Algumas vezes é difícil, inclusive para o patologista, apontar o diagnóstico entre DII e linfoma alimentar linfocítico, uma vez que as células neoplásicas podem estar pouco diferenciadas neste tipo de linfoma (um dos mais comuns em felinos) e semelhantes às células inflamatórias normais de uma DII. Em alguns casos, é preciso lançar mão de provas imuno histoquímicas para definir o diagnóstico.

 

Quando podemos lançar mão da citologia por ultrassom?

A citologia guiada por ultrassom é eficaz nos casos de massa intestinal de tamanho e diferenciação sonográfica significativos, ou seja, com aspecto de massa e perda da estratificação das camadas (comum no linfoma linfoblástico, por exemplo). Trata-se de uma ferramenta pouco invasiva e rápida. No entanto, ela perde seu valor para diagnóstico de DII e suspeitas de linfoma alimentar sem característica de massa.

 

Por que os clínicos devem, então, solicitar a ultrassonografia?

É grande a contribuição do exame sonográfico nos casos de suspeita de DII e linfoma alimentar em felinos, em especial para direcionar o clínico para a possível presença de DII ou linfoma. Ela também contribui para determinar a melhor conduta clínica e o momento para a biópsia por laparotomia, a necessidade ou não de abordagem cirúrgica (indicando se há ou não obstrução intestinal secundária); e por fim, a ultra nos é útil para acompanhar o tratamento do paciente em ambas as doenças.

 

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